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O secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, anunciou nesta sexta-feira a aceleração do pagamento de 50 mil euros para as corporações de bombeiros dos concelhos afetados pelos incêndios florestais, devido às despesas “extraordinárias” enfrentadas.

“Em algumas áreas de operação, as despesas são muito elevadas, o que impacta significativamente os orçamentos das Associações Humanitárias. Temos uma série de mecanismos acelerados para ressarcir rapidamente todas as despesas que, em alguns casos, são bastante significativas”, declarou ao final de uma reunião em Ponte da Barca.

O encontro, que marca o início de um “périplo” que Rui Rocha irá realizar pelos concelhos atingidos pelos incêndios, teve como objetivo informar a autarquia, os bombeiros, a GNR e outras entidades do município de Ponte da Barca, em Viana do Castelo, que o Governo decidiu “agilizar o adiantamento, até ao valor de 50 mil euros”, sem a necessidade de apresentar, de imediato, o comprovativo das despesas.

Rui Rocha ressaltou que “o mais importante, neste momento, é assegurar a gestão de tesouraria das Associações Humanitárias dos Bombeiros Voluntários, adiando a necessidade de entrega dos comprovativos das despesas por um prazo de até 30 dias e, em alguns casos, até ao final do ano”.

“O Governo não será um obstáculo, mas parte da solução, e, portanto, estamos atualmente focados em agilizar processos e realizar pagamentos rápidos”, disse Rui Rocha, que também se esquivou a responder a mais perguntas dos jornalistas. O presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, José Manuel Moura, também participou do encontro.

O incêndio no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), o único parque do país, devastou 5.786 hectares dessa área natural protegida, conforme dados provisórios do Instituto para a Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), conforme revelou uma fonte oficial à Lusa.

O fogo, que começou no dia 26 de julho em Ponte da Barca e foi dado como controlado uma semana depois, atingiu uma área total de 7.550 hectares, dos quais 5.786 hectares localizam-se no PNPG, segundo um levantamento que ainda não é definitivo, destacou a mesma fonte do ICNF.

O PNPG abrange uma área de 69.596 hectares e inclui os distritos de Braga (território de Terras de Bouro), Viana do Castelo (territórios de Melgaço, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca) e Vila Real (Município de Montalegre).

Desde julho, Portugal continental tem enfrentado múltiplos incêndios rurais de grande escala, especialmente nas regiões Norte e Centro.

Os incêndios resultaram em três fatalidades, incluindo um bombeiro, e diversas pessoas feridas, algumas em estado grave. Além disso, danificaram total ou parcialmente residências de primeira e segunda habitação, assim como explorações agrícolas e florestais.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, com o qual recebeu dois aviões Fire Boss e um helicóptero Super Puma, e está previsto que hoje cheguem mais dois aviões Canadair.

De acordo com dados oficiais provisórios, até 22 de agosto, cerca de 234 mil hectares foram consumidos pelas chamas no país, mais de 53 mil apenas no incêndio que começou em Arganil.

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