O PMUS estabelece metas ambiciosas para a próxima década, nomeadamente aumentar os modos ativos de transporte (a pé e de bicicleta) de 13,5% para 20%, aumentar a utilização de transporte público de 12,6% para 24,9% e reduzir a quota do transporte individual para 59,2%.

Entre as medidas preconizadas no PMUS, destacam-se a criação de zonas de baixas emissões, elaboração de planos de mobilidade para polos geradores de deslocações, densificação da rede de transportes públicos, ordenamento e fiscalização do estacionamento, com criação de novos parques, expansão da rede ciclável e implementação de um sistema de uso partilhado de bicicletas, incentivos à aquisição e utilização de bicicletas elétricas, melhoria da rede pedonal e adoção de medidas de acalmia de tráfego em áreas críticas.

Segundo o estudo, das cerca de 104 mil viagens diárias de curta distância (menos de quatro quilómetros), 57% são realizadas de carro, 19% de autocarro e apenas 17% a pé, evidenciando o elevado potencial para a transferência modal do transporte individual para modos ativos (a pé ou de bicicleta). Globalmente, o transporte individual representa 74,9% das deslocações totais dos residentes de Coimbra, seguido do transporte coletivo (12%) e da deslocação pedonal (11%).

A forte dependência do automóvel tem reflexos no estacionamento: a procura total representa 134,8% da oferta existente, levando a que em algumas zonas o estacionamento ilegal ultrapasse os 50%. O plano identifica, ainda, os principais fluxos pendulares, destacando-se os 17.713 movimentos diários de entrada no concelho, sobretudo oriundos de Condeixa-a-Nova e Montemor-o-Velho. Dois terços da população residente realizam, em média, duas viagens por dia.

A análise por freguesias revela que o recurso ao transporte individual ultrapassa os 65% em quase todo o concelho, com exceção da União de Freguesias de Coimbra (42%), onde se regista maior equilíbrio entre meios: 27% das viagens são feitas de autocarro e 22% a pé. Seguem-se Eiras e São Paulo de Frades (26%) e São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades (20%) como freguesias com maior utilização do transporte coletivo.

O plano assinala, também, constrangimentos à mobilidade pedonal, como ausência ou descontinuidade de passeios, perfis viários desadequados e estacionamento abusivo e, sobre a rede ciclável do Município de Coimbra, que tem uma extensão total de 26 quilómetros e se encontra distribuída por cinco das 18 freguesias – UF de Coimbra, UF de Eiras e São Paulo de Frades, UF de Santa Clara e Castelo Viegas, Santo António dos Olivais e Ceira – indica que está previsto o alargamento da rede, existindo já propostas de traçado definidas para este território e obras em execução. Com a concretização deste alargamento, a rede ciclável passará de cerca de 26 quilómetros para mais de 209.

CM de Coimbra/LUSA