O partido ANO, sob a liderança do bilionário Andrej Babis, conquistou as eleições legislativas realizadas neste sábado na Chéquia, ainda que sem maioria absoluta.

Com 99% dos círculos eleitorais apurados, o partido ANO lidera com 34,7% dos votos. Em segundo lugar, aparece a coligação Spolu, com 23,2%, conforme os dados divulgados pelo Instituto de Estatística Checo.

Andrej Babis é um político notório por suas posições críticas em relação à União Europeia, seu discurso anti-imigração e seu apoio a Donald Trump. A sua vitória nas eleições pode indicar alianças com a extrema-direita e uma diminuição do apoio a Ucrânia.

Durante um discurso entusiástico para seus apoiantes, Babis declarou que o ANO tentará formar um governo de partido único, embora esteja aberto à negociação com duas formações menores – entre elas o partido de extrema-direita SPD, que é anti-NATO e anti-UE.

Além disso, Babis manifestou interesse em dialogar com o partido Motoristas, que se opõe à agenda ambiental da União Europeia.

Segundo as projeções, o ANO deverá obter cerca de 80 cadeiras na câmara baixa do parlamento, que possui 200 lugares, o que significa que Babis precisará de apoio adicional para conseguir formar governo.

O ex-primeiro-ministro rejeitou as preocupações de que seu triunfo poderia tornar a Chéquia um parceiro menos confiável dentro da União Europeia e da NATO. “Queremos salvar a Europa… e somos claramente pró-europeus e pró-NATO”, afirmou Andrej Babis aos jornalistas, logo após a confirmação de sua vitória nas eleições legislativas.

O partido ANO está se preparando para suceder o atual governo de centro-direita, liderado por Petr Fiala, que já parabenizou Babis pela vitória e reconheceu a derrota.

Durante a campanha, Andrej Babis comprometeu-se a implementar uma agenda econômica ambiciosa na Chéquia: promover um crescimento mais rápido, aumento de salários e aposentadorias, além da redução de impostos, incluindo benefícios fiscais para estudantes e famílias jovens.

Essas promessas, que envolvem custos de vários milhares de milhões de euros e representam o fim de anos de austeridade, desafiam a tradicional prudência orçamentária do país. No entanto, encontraram ressonância entre muitos eleitores, especialmente em um momento em que os rendimentos reais dos checos caíram significativamente devido à inflação acelerada dos últimos anos.