Deputado do Chega reclama de ter recebido ameaças de Hugo Soares

Na sessão de hoje da Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados, o deputado do Chega, Pedro Frazão, expressou que foi ameaçado na semana passada durante o plenário pelo líder parlamentar do PSD, Hugo Soares.
O Chega apresentou uma “queixa formal” subscrita por Pedro Frazão contra Hugo Soares, em resposta “às ameaças feitas durante a reunião plenária da Assembleia da República no passado dia 17 de setembro”.
No documento compartilhado, o deputado do Chega pede à Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados, presidida por Rui Paulo Sousa, que inicie um inquérito.
Pedro Frazão relatou que na sessão plenária da quarta-feira da semana anterior, Hugo Soares, “com o microfone desligado, mas em um tom de voz que permitiu a todos na câmara ouvir”, dirigiu-se a ele, dizendo: “Vais-me bater na minha casa?”; “Eu dou-te pancada! Eu dou-te porrada! Queres?”.
“Em seguida, ele pegou no telefone, fazendo sinais para que o signatário atendesse, e como este não o fez, desafiou-o várias vezes para se dirigirem ‘até lá fora!’ para resolverem o assunto”, continuou o relato.
Segundo o deputado do Chega, o presidente da Assembleia da República tentou “chamar à razão, por várias vezes”, o social-democrata, que respondeu que “já tinha sugerido ao signatário [Pedro Frazão] ‘irem lá para fora!’, mas que este não queria”.
Pedro Frazão apresentou essa queixa no mesmo dia em que o presidente da Assembleia requisitou, também à comissão de transparência, um inquérito sobre eventuais “irregularidades graves” cometidas com “violação dos deveres dos deputados” por Filipe Melo, do Chega, na sua função como vice-secretário da mesa do parlamento.
Durante a sessão plenária de quinta-feira, a deputada do PS, Isabel Moreira, levantou a questão de que Filipe Melo lhe “enviou beijos” e fez gestos, alegadamente para a silenciar.
No início do plenário de hoje, José Pedro Aguiar-Branco comentou sobre este incidente, classificando-o como inaceitável.
A queixa de Pedro Frazão foi apresentada também no dia em que foi advertido por Aguiar-Branco, após chamar “sonso” ao deputado Rui Tavares, do Livre, durante uma discussão acalorada no debate desta manhã, que resultou em reprimendas por parte do presidente do parlamento a ambos.