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Incêndio destrói seis casas de segunda habitação em Seia

Incêndio destrói seis casas de segunda habitação em Seia

Na última sexta-feira, o presidente da Câmara de Seia, Luciano Ribeiro, anunciou que foram identificadas seis casas de segunda habitação destruídas pelos incêndios na região, embora a avaliação dos danos continue.

“Neste momento, mesmo que o incêndio não esteja totalmente controlado, estamos a realizar o levantamento dos danos, a manter as estradas municipais desimpedidas e a fazer um apuramento mais detalhado dos danos em edificações, especialmente nas habitações”, explicou Luciano Ribeiro à agência Lusa.

O autarca mencionou que, além dos danos nas residências, estão a ser avaliadas as “condições de segurança de alguns imóveis que podem representar riscos para a via pública ou para os vizinhos”. A Câmara de Seia começou, na sexta-feira, a distribuição de palha para proprietários de animais e de ração artificial para apicultores, com Ribeiro garantindo que este apoio será mantido e agradecendo a solidariedade de empresas e pastores.

Ele ressaltou a necessidade de “motivar” as pessoas que se dedicam a estas atividades, muitas vezes secundárias em suas vidas profissionais, de modo a que continuem a desenvolvê-las, uma vez que são “essenciais para a regeneração da paisagem e para a permanência neste território”.

Questionado sobre as medidas anunciadas pelo Governo na quinta-feira para lidar com os prejuízos gerados pelos incêndios, o presidente da Câmara enfatizou que ao não se declarar uma situação de calamidade e ao passar a existir uma legislação geral, isso indica que “isto deixou de ser uma calamidade e se tornou rotina”.

“Assim, devemos estar preparados para essas circunstâncias, que certamente ocorrerão no futuro, mas também precisamos ter a capacidade de nos tornarmos mais resilientes e não desistir do território, achando que meio Portugal é devastado de tempos em tempos e que nada pode ser feito”, argumentou.

O primeiro-ministro declarou na quinta-feira que não via necessidade de decretar o estado de calamidade devido aos incêndios, ressaltando que foi aprovada legislação que possibilita “operacionalizar com muito mais rapidez” os mecanismos de ajuda que estariam disponíveis nessa situação.

Na visão de Luciano Ribeiro, é crucial que, “após os apoios de emergência que o Governo aprovou, haja medidas concretas para sustentar a economia desses territórios, e que as instituições do Estado não dependam sempre dos municípios para resolver todos os problemas que lhes cabem”. Ele mencionou, em particular, a necessidade de atuação da Agência Portuguesa do Ambiente e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas em relação à estabilização das encostas e cursos de água.

“Esses serão o problema imediato com as primeiras chuvas”, alertou, considerando que, se não houver “medidas concretas, uma atuação adequada e pessoas preparadas para as ações pós-incêndio e para a estabilização emergencial, isso pode ocorrer novamente como aconteceu no passado”, com intervenções ocorrendo de dois a três anos após a situação, já com os danos mais acentuados.

Luciano Ribeiro ainda destacou que, embora existam “apoios para empresas diretamente afetadas pelos incêndios”, não há informações sobre apoios para aquelas que enfrentam uma queda significativa na atividade, “particularmente as empresas de turismo, que sofreram uma série de cancelamentos em razão das notícias sobre o incêndio no Parque Natural da Serra da Estrela”.

O incêndio que afeta o município de Seia, no distrito da Guarda, teve início no dia 13 em Piódão, Arganil, no distrito de Coimbra. Ao longo de mais de uma semana, este grande incêndio já se espalhou, além de Seia, para os concelhos de Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra (distrito de Coimbra), e para os concelhos de Castelo Branco, Covilhã e Fundão (distrito de Castelo Branco).

Na quinta-feira, às 23:00, o município informou no Facebook que “o incêndio está circunscrito, com trabalhos de consolidação, rescaldo e vigilância ativa em andamento”.

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