Marcelo reconhece “fadiga” da titular da Saúde

O Presidente da República declarou esta sexta-feira que existe a percepção de que as coisas “não estão a correr bem” na Saúde e reconhece o “desgaste” da imagem da ministra Ana Paula Martins.
Marcelo Rebelo de Sousa comentou, durante a Feira do Livro nos jardins do Palácio de Belém, que em uma ou duas semanas expressará sua opinião sobre o estado da saúde em Portugal, mas já começou a deixar entrever suas preocupações.
“Percebe-se uma ideia vaga de que as coisas não estão a correr bem. Por outro lado, isso faz com que a senhora ministra [da Saúde] precise quase sempre se pronunciar sobre o assunto, o que gera um desgaste correspondente”, afirmou o chefe de Estado.
“Observo que, com certa regularidade, surgem relatos sobre serviços que funcionam e outros que não funcionam, episódios que ocorrem e outros que não ocorrem, e quem aparece para explicar isso não é um responsável do ministério, nem um porta-voz ou representante do instituto; na maioria das vezes, é a ministra”, enfatizou Marcelo Rebelo de Sousa.
A ministra da Saúde não comentou as declarações do Presidente da República, mas, no dia seguinte à divulgação do último inquérito sobre as 12 mortes durante a greve do INEM, assegurou que já começou a tirar consequências.
Ana Paula Martins afirmou que o Governo está “determinado em transformar o INEM”, enfatizando que a reforma do organismo “exigirá toda a determinação e coragem política”.
“Continuaremos firmes na transformação do INEM [Instituto Nacional de Emergência Médica] e em proteger o futuro da emergência médica em Portugal. Esta reforma exigirá toda a determinação e coragem política”, disse a ministra.
Ela se pronunciou aos jornalistas ao final de uma Oficina de Reflexão sobre os Serviços de Emergência Médica Pré-Hospitalar da Comissão Técnica Independente (CTI) do INEM, que durou cerca de seis horas, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP-UL).