As secretas portuguesas estão a realizar um recrutamento de mais de 100 novos profissionais, abrangendo desde especialistas em informações até pessoal de apoio. A primeira fase de candidaturas termina esta quarta-feira, com uma segunda fase planejada para outubro.

“O Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) está à procura de candidatos para diversas carreiras e funções no Serviço de Informações de Segurança (SIS), no Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) e nas Estruturas Comuns de apoio aos Serviços de Informações. Este processo de recrutamento visa contratar 108 novos funcionários para o SIRP, com início previsto para 2025 e no início de 2026″, revelou uma fonte oficial do SIRP ao ECO.

De acordo com a mesma fonte, “nesta fase foram abertas 54 vagas para as funções que estão disponíveis na página de recrutamento do SIRP. As candidaturas podem ser submetidas até 10 de setembro. Em outubro, iniciará um novo processo de recrutamento, visando a admissão de 54 licenciados de diversas áreas do conhecimento para a carreira especial de oficial de informações do SIS e do SIED”.

A entidade, liderada por Vítor Sereno, não divulga quantas candidaturas foram recebidas nesta primeira fase, “uma vez que o prazo ainda está a decorrer e por se tratar de uma matéria reservada”.

“Este é, efetivamente, o maior processo de recrutamento dos últimos anos e tem um significado especial, pois em 2025 o SIRP celebra os 40 anos do SIS e os 30 anos do SIED. Isso significa que muitos dos quadros fundadores destes organismos já se aposentaram ou estão prestes a fazê-lo“, explicou o gabinete de Vítor Sereno. “Além disso, é necessária a capacitação do SIRP com recursos humanos qualificados em áreas ligadas às novas tecnologias, para enfrentar o atual cenário de ameaças e os desafios do século XXI”, adicionou a mesma fonte.

Nesta primeira fase do recrutamento, que admite candidatos entre 21 e 40 anos, são procurados técnicos superiores nas áreas de direito, engenharia ou contabilidade, além de profissionais para funções como motorista, recursos humanos, logística, TI, cozinha ou secretariado. Também há demanda por candidatos para atuação central da instituição, com busca por “Oficiais Adjuntos de Informações” nas áreas de “Operacional” e “Comunicações”.

Este esforço para reforçar a capacidade do SIRP foi destacado por Vítor Sereno logo após sua nomeação como secretário-geral no final do ano passado. Em uma audiência nas comissões parlamentares de Defesa e de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, em dezembro de 2024, Sereno argumentava que, para enfrentar os desafios do século XXI, é essencial “dotar o sistema de informações e os seus serviços das condições financeiras e humanas”.

“Estamos em uma época em que as ameaças transnacionais evoluem rapidamente, e nossa sobrevivência frente aos inimigos, assim como o constante respeito dos nossos aliados, depende de um investimento robusto em modernização tecnológica e na valorização do talento humano”, afirmou na ocasião.

O SIRP coordena o SIS e o SIED. O SIS atua em território nacional para salvaguardar a segurança interna, prevenindo sabotagens, terrorismo, espionagem, criminalidade organizada, proliferação e ciberameaças, além de atos que possam comprometer o Estado de Direito. O SIED, por sua vez, opera sem restrição geográfica e se dedica à produção de informações estratégicas de defesa, contribuindo para a proteção da independência nacional, dos interesses do Estado e da segurança externa, antecipando situações de instabilidade política, social e econômica que possam afetar os interesses de Portugal e a segurança das comunidades portuguesas.

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